No maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, bebês prematuros estão sendo envoltos em papel alumínio e colocados ao lado de água quente em uma tentativa desesperada de mantê-los vivos. A situação é descrita como "catastrófica" pelo diretor do hospital, Dr. Muhammad Abu Salmiya.
Falta de suprimentos e condições precárias
Devido aos ataques israelenses e ao bloqueio imposto a Gaza, o hospital está enfrentando uma escassez crítica de suprimentos médicos e falta de energia elétrica. Nos últimos dias, 15 pacientes, incluindo seis recém-nascidos, morreram devido a cortes de energia e falta de suprimentos médicos.
A falta de oxigênio obrigou a equipe médica a transferir os bebês prematuros manualmente das incubadoras para outra parte do hospital. Imagens mostram vários recém-nascidos sendo colocados juntos em uma cama após serem retirados das incubadoras.
Condições desesperadoras
O diretor geral do Ministério da Saúde de Gaza, Dr. Medhat Abbas, relatou que a equipe médica do Al-Shifa conseguiu manter quatro bebês vivos após a morte de suas mães, realizando cesarianas de emergência. No entanto, agora eles têm que cuidar desses bebês sem suas mães e sem eletricidade. A temperatura adequada para a sobrevivência dos bebês prematuros só pode ser mantida nas incubadoras, que não estão funcionando devido à falta de energia elétrica.
A situação tende a piorar com a chegada do inverno, já que a falta de energia elétrica e suprimentos médicos adequados coloca em risco a vida dos pacientes e dificulta o atendimento médico necessário.
Bloqueio e ataques israelenses
O bloqueio imposto por Israel a Gaza tem agravado ainda mais a crise humanitária na região. O fornecimento de combustível e outros suprimentos essenciais foi interrompido, levando ao fechamento de hospitais, sistemas de água e outros serviços dependentes de eletricidade.
Os ataques aéreos israelenses já mataram mais de 11.180 pessoas, incluindo 4.609 crianças e 3.100 mulheres, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Além disso, mais de 28.200 pessoas ficaram feridas. O bloqueio também dificulta a evacuação de pacientes gravemente feridos e o acesso a tratamentos médicos adequados.
Apelos por um cessar-fogo e proteção aos hospitais
Líderes internacionais têm feito apelos por um cessar-fogo imediato e pela proteção dos hospitais em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que "os hospitais devem ser protegidos" durante um evento na Casa Branca.
No entanto, a situação continua crítica, com o diretor do Al-Shifa afirmando que cerca de 7.000 pessoas deslocadas estão buscando abrigo no hospital, que está sem energia elétrica há três dias. As salas de cirurgia não estão funcionando e os pacientes só podem receber cuidados básicos de primeiros socorros.
Conclusão
A situação no maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, é desesperadora. A falta de suprimentos médicos, energia elétrica e o bloqueio imposto por Israel têm colocado em risco a vida de pacientes, incluindo recém-nascidos prematuros. A comunidade internacional tem feito apelos por um cessar-fogo imediato e pela proteção dos hospitais em Gaza.
É importante destacar que a situação descrita neste artigo é baseada em informações disponíveis até o momento e pode estar sujeita a alterações. A crise humanitária em Gaza requer uma resposta urgente e ação coordenada para garantir a segurança e o bem-estar dos civis afetados.